Quero lhes contar sobre uma história sobre um fado… A coisa toda começa lá vai mais de ano, uma certa melancolia em meus movimentos levou-me a pesquisar mais sobre o fado, fui surfando de site em site até parar em uma página de myspace que me causou imediata empatia. Não era bem fado, mas calhava com as sonoridades que meu corpo desenhava, e foi assim que eu comecei a dançar Luís Costa.  Estava eu a dançar àquelas músicas já tinha semanas quando resolvi redigir uma mensagem destinada ao autor das composições, queria contar-lhe sobre tal eco de seu trabalho e na resposta do rapaz notei alguma reticência quanto as possibilidades de combinação de nossas habilidades. Pronto, acho que aquela dúvida me ficou como provocação, e um dai num dia em que colhia eu imagens com uma câmera, tinha uma das músicas de Luís na cabeça; terminada a práctica, tive um insight: resolvi recortar alguns takes daquele registo, fazer colagens deles, deformando-lhe sua ordem, recriando sua organização. Ouvia eu innocence’s demise. Depois disso o Luís descobriu uma dança da sua música, que não parou mais de dançar. Agora o resto da história quem conta é o Luís: “A Paula, por sua iniciativa, fez um vídeo para Innocence’s demise, e eu gostei tanto que lhe enviei a versão do Carlos Paredes na qual estava a trabalhar na altura para ela fazer o mesmo. A partir daí há uma relação simbiótica, que culmina com este Short Fleeting Moods. Depois da segunda produção, foi Paula que desafiou-me para musicar dois vídeos mudos – O Encontro e Hora sem minutos. Quando decidi compilar todo aquele trabalho, a Paula achou que seria melhor começar do zero e fazer novos vídeos para todas as músicas, tentando encadeá-los, em vez de serem seis fragmentos separados.” E isso ocorreu quando estive com Luís ano passado em Lisboa. Desde então muita coisa aconteceu. Eu trabalhei muito, criei coisas, ensinei algumas, aprendi muitas outras. O Luís mudou de emprego, de casa, deu um tempo na banda para dedicar-se ao ...